Resumo Primeira Guerra Mundial - Apagam-se as Luzes Na Europa

Saga da Primeira Grande Guerra Mundial - Transformação do Sonho Iluminista em pesadelo

"As luzes se apagaram em toda Europa" - Disse o secretário das relações exteriores da Grã-Bretanha Edward Grey na noite que marcou o mundo com a Alemanha e Inglaterra entrando em guerra.

Contextualização

Para entender a primeira grande guerra, "A Guerra das Guerras", precisamos voltar um pouco no tempo e adentrar três outros temas que dão sentido à frase de Edward Grey.

1. A Revolução Industrial
2. O Iluminismo
3. As Dispotas Colôniais Pela África

A Revolução Industrial e o Iluminismo

A Revolução Industrial, recém iniciada dava força à ideia central Iluminista, de que a civilização fora "iluminada", com as "luzes" da ciência e do desenvolvimento tecnológico através da indústria dando fomento à capacidade produtiva que vinha alterando a forma com que a sociedade evoluía até então. E foi pensando no fracasso desta ideia que Edward proferiu sua famosa frase.
Na verdade, a entrada do "Mundo" na guerra, foi contrario do que a visão iluminista vislumbrava, toda a evolução da industria gerou a falsa ideia de que a ciência e o desenvolvimento trariam por si só a paz e a prosperidade ao velho mundo, mas foram que proporcionaram o desenvolvimento, a produção, e a logística, necessárias para aperfeiçoar a capacidade destrutiva de cada ator do teatro da Primeira Guerra Mundial. Rapidamente as grandes potências ganharam a capacidade destrutiva em larga escala, dada a eficiência do sistema de produção gerado pelas indústrias
No final do seculo XIX o mundo já passava por uma industrialização significativa, com os EUA à liderando nas industrias química e automobilística, e a Alemanha com a produção de armas , os dois, ja contavam com uma produção de ferro e aço maior do que a Inglaterra, a primeira grande potência industrial. A Inglaterra por sua vez, possuía o maior Império Marítimo e o maior volume de exportações na época. Todo este cenário se tornou uma corrida para produzir cada vez mais armas, o que resultou num período conhecido como "Paz Armada", que na verdade é um nome sugestivo para dizer que, neste período existiu uma fase de acumulo de poderio militar e mercadorias para que depois fossem deflagradas as grandes guerras.

Disputas Comerciais Nas Antigas colônias - África e Asia

No inicio da revolução industrial e a entrada na idade contemporânea marcando o final da era das grandes navegações, existiu um outro fator que é importante ressaltar neste contexto. Ainda remanesciam a disputa pelo domínio comercial de grandes potências sobre as suas antigas colônias. Podemos dizer que a disputa comercial e rivalidade herdadas deste período levaram o sentimento de nacionalismo ao extremo, dando todo o pretexto necessário para a acensão de potências bélicas armamentistas. A Guerra passa a ser romantizada e vista como um evento purificador.

A Política de Alianças Bismarck e a Tríplice Aliança

A unificação alemã em 1870-71 converteu o frágil e praticamente inexistente equilíbrio europeu em uma corrida para a militarização iniciando-se no momento em que a Alemanha acreditava que seu destino era crescer ou morrer, momento este, marcado pela pressão dos nacionalistas alemães para a militarização para garantir e proteger seu sucesso comercial através dos mercados. Bismarck, o líder da unificação alemã, lutava cautelosamente para manter a França isolada e sem parcerias. Após a derrota na Guerra Franco-Prussiana a França havia perdido os territórios de Alsácia e Lorena para a Alemanha, fazendo com que os franceses alimentassem um sentimento de revanchismo latente, mas seu governo ciente da inferioridade bélica em relação a Alemanha não cogitava a possibilidade de entrar em um conflito aberto naquele momento. Bismarck forjou alianças complicadas na década de 1880, criou a Tríplice Aliança com Austria-Hungria e Itália.

A Tríplice Entente

A França, por sua vez, em uma iniciativa de resposta à política de isolamento econômico imposta pela Alemanha, tenta aproximar-se dos Russos, pressionando seus banqueiros a investirem no País e fornecendo armas para o Czar. Em 1894, os dois países entraram em uma aliança dando fim ao isolamento econômico imposto aos franceses pelos alemães, a partir de então, cria-se a Tríplice Entente, protagonizada por França, Russia e Inglaterra, frente a Tríplice Aliança da Alemanha, Austria-Hungria e Itália, pondo um estopim para o acirramento da corrida comercial e armamentista. Neste momento o teatro da guerra esta completo, e seus atores apostos para a próxima fase de eventos.

O Estopim da Primeira Guerra Mundial

O desmembramento das Bálcãs com o processo de queda do Império Turco-Otomano(1908 à 1922), resulta em uma zona sensível para a Europa. Logo o interesse pela região se torna um ponto de tensão entre as potências imperiais. O sentimento nacionalista na região somado aos interesses difusos de cada potência, criaram uma situação de conflito, com a Russia defendendo o pan-eslavismo e desejando a unificação entre eslavos e balcânico liberando o povo do julgo dos Turcos, em oposição ao interesse da Austria-Hungria no território. Os Austro-Húngaros em 1912, derrotados pelos levantes armados Eslavos, ainda desejavam manter e fortalecer a aliança com a Turquia e Alemanha e construir a estrada de ferro Berlim-Bagdá que lhes possibilitaria trazer o petróleo diretamente do golfo Pérsico, acabando assim como a hegemonia inglesa sob o produto na regão.
A Sérvia, aliada da Russia nas Bálcãs almejava a criação da Grande Sérvia, mas com a anexação da Bósnia-Herzegóvina pelo império Austro-Húngaro em 1908, torna-se difícil a empreitada Sérvia. Frente a esta anexação, à Russia e Sérvia promovem manifestações nacionalistas que visavam fazer pressão e resistir à ideia de anexação da região imposta pelos Austro-Húngaros, então em 1914 o arquiduque, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, viajou para Sarajevo buscando um consenso para aliviar as tenções crescentes, mas seus planos não contavam que, em 28 de Junho de 1914 um terrorista Sérvio da organização nacionalista "A Mão Negra" iria cruzar seu caminho, foi quando o assassinou, e este foi o inicio da reação em cadeia que levou à primeira a guerra.
Com a morte de seu arquiduque, o império Austro-Húngaro resolve então, usar o assassinato como pretexto para se apossar da Sérvia, em contrapartida necessitava o apoio de seu aliado mais próximo a Alemanha, que encorajou em acabar com seu inimigo o mais rápido possível, antes que os outros países se envolvessem na questão A partir destes fatos, seguem os acontecimentos em ordem cronologica..

1. A Áustria-Húngria, a parti do assassinato de seu arquiduque, apresentou à Sérvia um ultimado de 48h para investigação do caso.


2. A Rússia em nome de seus interesses com o pan-eslavismo, resolveu apoiar o Sérvios e não permitir a presença Austríaca em território deles para investigação do atentado.


3. Em 28 de Julho de 1914, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia.


4. Em seguida, com o apoio do governo Francês, a Rússia proclamou a mobilização geral de suas tropas.


5. Em resposta, a Alemanha declarou guerra à França e à Rússia.


6. Por fim, enquanto às tropas alemãs adentravam o território Belga para chegar a França e assim subjuga-la, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha.

E este foi o inicio da Primeira Grande Guerra Mundial. Um conflito de proporções mundiais nunca vista antes, precedida pelo desenvolvimento industrial e por uma sequencia de fatores que serviram de alavanca para o evento catastrófico que ceifou milhões de vidas e estimasse que um número de mortos nos quatro anos de guerra que passam de 20 a 30 milhões de pessoas exterminadas, entre civis e militares.

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