Instrumentos de Navegação a Bordo das Naus - Expansão Marítima Europeia no século XV em diante

O período das Grandes Navegações foi marcado por importantes descobertas e inovações tecnológicas que revolucionaram a forma como os povos navegavam pelos oceanos. Dentre essas inovações, destacam-se os instrumentos de navegação, como o quadrante, a bússola, o astrolábio, a sonda e a ampulheta. Cada um desses instrumentos tinha uma função específica e foi crucial para o sucesso das expedições marítimas. Desde a antiguidade até os dias atuais, esses instrumentos têm sido aprimorados e continuam sendo usados para navegação e orientação em alto mar. Neste artigo, exploraremos a história e a função de cada um desses instrumentos.

Antigo astrolábio datado possivelmente do século XV

Desenvolvimento da tecnologia naval no século XV

Durante o século XV, a tecnologia naval passou por uma série de avanços que possibilitaram a expansão marítima europeia. Um dos principais fatores foi o desenvolvimento da caravela, um tipo de embarcação que permitia a navegação em mares abertos e enfrentar condições climáticas mais adversas. Esse tipo de navio apresentava uma quilha mais profunda, um leme de popa e velas triangulares, o que permitia uma maior velocidade e manobrabilidade.

Outro avanço importante na tecnologia naval foi o uso do astrolábio e da balestilha, que permitiam aos navegadores determinar a posição do navio em relação aos astros. Com esses instrumentos, era possível traçar rotas mais precisas e evitar o erro de cálculo na navegação. Além disso, o astrolábio também era usado para determinar a latitude e a longitude, o que possibilitava um maior conhecimento geográfico do mundo.

Por fim, a melhoria na construção de mapas e cartas náuticas também foi um fator crucial para a expansão marítima europeia. O conhecimento cartográfico permitiu que os navegadores planejassem rotas mais seguras e precisas, evitando o desconhecido e os perigos marítimos. Além disso, a criação de rotas comerciais mais eficientes impulsionou o comércio marítimo e contribuiu para o desenvolvimento econômico das nações europeias.

O desenvolvimento da caravela

A caravela é um navio que ficou conhecido como símbolo da expansão marítima europeia no século XV. Ela se destacava por ser mais veloz, manobrável e resistente do que os navios anteriores. Seu formato era inovador, com um casco mais estreito e mais comprido, o que permitia que navegasse em águas rasas e enfrentasse tempestades com mais facilidade.

O desenvolvimento da caravela foi um processo gradual que envolveu a combinação de diferentes técnicas e tecnologias. Inicialmente, os navios portugueses eram inspirados nos modelos usados pelos árabes e pelos italianos. Entretanto, com o tempo, foram adicionadas novas características, como uma vela triangular na proa que permitia melhor aproveitamento do vento e a utilização de um leme fixo na popa.

Outra característica fundamental da caravela era a possibilidade de explorar áreas desconhecidas. Com sua capacidade de navegar em águas rasas, os exploradores europeus puderam adentrar em regiões que anteriormente eram inacessíveis. Além disso, o uso do astrolábio, da bússola e de outros instrumentos de navegação permitiu que os marinheiros calculassem com mais precisão a posição dos navios em alto mar. Tudo isso contribuiu para o sucesso das expedições marítimas europeias no século XV.

O desesvolvimento dos instrumentos de navegação

O desenvolvimento dos instrumentos de navegação foi fundamental para a expansão marítima europeia no século XV em diante. Com o objetivo de alcançar novas rotas comerciais e expandir o império, os europeus começaram a investir em tecnologia naval e em novas técnicas de navegação. Um dos principais instrumentos que permitiu a exploração dos mares foi a bússola, que possibilitou a navegação por meio da orientação pelas estrelas. Esse instrumento, que foi aprimorado pelos europeus, tornou-se cada vez mais preciso e confiável, permitindo que os navegadores se deslocassem com segurança por rotas previamente desconhecidas.

Outro instrumento importante que foi desenvolvido na época foi o astrolábio, que permitia a determinação da latitude de uma embarcação a partir da observação dos astros. O astrolábio foi utilizado pelos navegadores para calcular a posição da embarcação em relação ao Equador e para determinar a hora do dia, o que era importante para calcular a rota a ser seguida. Com o tempo, o astrolábio foi aperfeiçoado e surgiram novos modelos, como o quadrante e o sextante, que se tornaram ainda mais precisos e eficazes.

Por fim, os europeus também desenvolveram cartas náuticas cada vez mais precisas e detalhadas, que permitiam aos navegadores planejar rotas com maior segurança e eficiência. As cartas náuticas, que eram desenhadas à mão, continham informações sobre a profundidade do mar, as correntes, os ventos e outros fatores que afetavam a navegação. Além disso, as cartas eram atualizadas constantemente, o que permitia que os navegadores tivessem informações atualizadas sobre as rotas que estavam percorrendo. Com o tempo, as cartas náuticas foram cada vez mais aprimoradas, tornando-se cada vez mais detalhadas e precisas, o que contribuiu para a exploração e colonização de novas terras.

Instrumentos de navegação utilizados pelos marinheiros durante a expansão marítima europeia

Os instrumentos de navegação e suas "possíveis" origens

Quadrante- É um instrumento usado para medir a altura dos astros em relação ao Horizonte, ele e considerado uma aplicação prática de teorias desenvolvidas por grandes pensadores como Euclides, Ptolomeu, Hiparco de Nicéia e Hipátia de Alexandria. Era usado durante as Grandes Navegações.

Bussola- A Bussola é um instrumento de orientação magnético, em que uma agulha magnetizada, suspensa pelo seu centro de gravidade aponta para o Norte Magnético da terra, esse instrumento utiliza o principio da orientação natural dos imãs descoberto pelos Chineses em 2000 a.C. Sem duvida foi um instrumento usado em grande escala, dês de tempos remotos passando pelas Grandes Navegações, assim como o usamos até hoje.

Balestilha- E um instrumento complementar da Esfera Armilar, que é um instrumento astronômico que representa um modelo reduzido da esfera celeste, a balestilha é um instrumento usado para medir a altura em graus que une o horizonte ao astro desejado, medindo assim os *azimutes, antes e depois da passada pelos meridianos.

* Azimute é uma medida de abertura angular cujo valor em graus perfaz horizontalmente um circulo que vai do norte geográfico até a intersecção do brilho de uma estrela.

Astrolábio- é um dos instrumentos de navegação mais antigos inventado pelo astrônomo gregos chamado de Hiparco de Nicéia em 190 a.C., e ao decorrer da história foi sendo aperfeiçoado. Ele era usado para medir a altura dos astros acima do horizonte.

Ampulheta- Era um instrumento de medir o tempo formado por duas ãmbulas que continham areia dentro, existiam ampulhetas de vários tamanhos, nas grandes navegações os grumetes usavam-nas para medir o tempo tendo de virá-las de meia em meia hora.

Sonda- É um instrumento pouco citado, porem, em ocasião que estive pesquisando nos relatos de um viajante europeu (Jean Léry) que por aqui esteve em torno 1556, segundo ele, a sonda era um instrumento de metal, pesado o suficiente para descer na água ate as profundezas, e detectar em que tipo de local estava a embarcação, este instrumento podia dizer se o barco estava sobre águas profundas ou sobre rochas que pudessem estourar o fundo no navio.

Impacto da tecnologia naval na expansão marítima europeia:

Expansão das rotas comerciais: Mais Comércio e Produtos

A expansão das rotas comerciais foi um dos principais impactos da tecnologia naval na expansão marítima europeia. Com o desenvolvimento de navios mais avançados e de instrumentos de navegação mais precisos, as viagens se tornaram mais longas e seguras, possibilitando o acesso a novas rotas comerciais e a conquista de novos mercados.

Com a descoberta de novas terras e rotas comerciais, o comércio de especiarias, metais preciosos, escravos e outros produtos se intensificou, gerando uma enorme riqueza para as potências europeias. A exploração dessas rotas comerciais também contribuiu para a formação de grandes impérios coloniais, como o português, o espanhol e o britânico.

Além disso, a expansão das rotas comerciais também teve impactos significativos na economia mundial, criando novas redes de comércio e interconexões entre diferentes regiões do mundo. A partir da expansão marítima europeia, houve um intenso fluxo de mercadorias e ideias que contribuíram para o desenvolvimento econômico e cultural de diversas sociedades ao redor do mundo.

Descoberta e colonização de novos continentes

A descoberta e colonização de novos continentes foi um dos principais impactos da tecnologia naval na expansão marítima europeia no século XV em diante. Com a evolução dos instrumentos de navegação e o desenvolvimento da caravela, os europeus foram capazes de navegar com mais segurança e precisão por longas distâncias, o que lhes permitiu explorar novos territórios além do Atlântico.

Entre as principais descobertas dos europeus, destaca-se a América, que foi explorada pelos espanhóis e portugueses a partir de meados do século XV. As viagens de Cristóvão Colombo em 1492, que buscava uma nova rota para as Índias, resultaram na descoberta da América e abriram caminho para a colonização do continente pelos europeus.

A descoberta da América teve um grande impacto no mundo, trazendo novas riquezas e oportunidades para os europeus, além de mudar completamente a história do continente americano. Com a colonização, os europeus impuseram suas línguas, religiões e costumes aos povos nativos, resultando em uma série de conflitos e desigualdades que persistem até hoje.