Síntese da Revolução Industrial

Foto antiga de fábricas em funcionamento
Fabricas em funcionamento - foto antiga

Para entendermos de forma sucinta o processo que impactou e modernizou o sistema de produção.

Afinal, o que é REVOLUÇÃO?

Revoloção é uma grande mudança, uma transformação radical na ordem política, econômica, social e até mesmo no campo da cultura de um povo, na estrutura de um país. Quando um fato histórico for capaz de promover importantes transformações e, ao mesmo tempo, do provocar uma grande ruptura com um determinado passado, aí sim podemos afirmar que ele representa uma revolução. Durante a história tivemos acontecimentos que denominamos como Revolução, sendo as principais: Revolução Industrial; Revolução Inglesa; Revolução Francesa.

Síntese da Revolução Industrial ?

A Revoloção Industrial se iniciou em 1760 (século XVIII) na Inglaterra e a tornou em uma potência política e principalmente econômica. Houve mudanças drásticas nos sistemas de produção. Anteriormente a produção era artesanal (artesãos) e familiar, porém com a inserção das máquinas a vapor, indústrias têxteis esses artesãos começaram a ser substituídos e se inicia assim uma produção em série dos produtos, dando aval para a alienação do trabalho aos operários. Importante salientar que mulheres e crianças também fizeram parte dos trabalhadores das fábricas, sendo que todos esses trabalhadores (operários) trabalhavam em média de 12 a 18 horas por dia com um salário muito inferior ao que eles produziam. Os donos das fábricas eram conhecidos como burgueses, no qual são indivíduos acumuladores de riquezas, de lucros, consolidando assim o sistema capitalista industrial. A partir desses acontecimentos foi se solidificando o sistema liberalista, no qual prezava pela não intervenção do Estado na economia. Adam Smith foi um filósofo e economista britânico (nascido na Escócia) que é considerado o pai da economia moderna, sendo considerado o principal teórico defensor do Liberalismo econômico. Tal modelo viria a se desmembrar pós Crise de 1929, em Nova Iorque, sendo substituído pelo Keynesianismo. Durante esse período revolucionário foi consolidado a substituição do trabalho artesanal pelo trabalho livre assalariado e com o uso de máquinas a vapor. A partir dessa Revolução houve operários protestando contra essa nova forma de trabalho, as principais reinvindicações foram: Ludismo; Cartismo; “Trade Unions” e os Sindicatos. Os ludistas são conhecidos como “quebradores de máquinas”, pois eles se revoltaram contra essa nova tecnologia, afirmando que eles foram despedidos por conta do processo de industrialização. O cartismo se desenvolveu no objetivo de uma maior participação política e as Trades Unions posteriormente viriam a se identificar como sindicatos que tem por finalidade a reinvindicação por melhores condições, por direitos e melhores salários. 

Imagem que retrata o processo da inserção das máquinas junto aos operários alienados (Imagem)

Várias Revoluções

A Primeira Revolução se inicia em 1760 (século XVIII) e se estende até 1830/40 ficando restrita na Inglaterra. O pioneirismo inglês se deu por conta de diversos fatores, sendo os principais: posição geográfica; possuir uma rica burguesia; acúmulo de capital; cercamento do campo e a Revolução Glorioso, no qual fortaleceu a burguesia. A máquina a vapor e o carvão como fonte de energia foram os principais pontos desta Revolução. O modo de produção foi substituído, saindo de cena o modo artesanal, familiar, das manufaturas pelo trabalho livre assalariado, consolidando assim o modelo capitalista. Se destaca também nesse princípio revolucionário o trabalho em série, a alienação do operário, que teve por consequência revoltas operárias, como Ludismo, cartismo, “trade unions” e os sindicatos. 

A Segunda Revolução se estendeu em alguns países europeus (Alemanha, França) e para os Estados Unidos. Iniciou em meados do século XIX e perpetuou até a Segunda Guerra Mundial. Diversas mudanças ocorreram nesse tempo, como por exemplo: a substituição da fonte de energia do carvão para o petróleo; produção alta; construção de ferrovias, que ajudou a expandir esse processo; indústrias que ficaram mais ligadas a siderúrgica, metalúrgica, automobilísticas, química e elétrica. Nessa época que eclodiu os modelos de produção, sendo estes Fordismo (produção em massa) e o Toyotismo (“just in time”, produzir somente o necessário), o Taylorismo ficou mais como uma teoria, designando assim a escolha de um chefe (hierarquia) e alcançar o máximo de produção e rendimento com o mínimo de tempo e de esforço.  

A Terceira Revolução iniciou-se em meados da Segunda Guerra e se estendeu para o Japão, China. É marcada pela presença da “informação”, da “internet”, sendo um destaque também o Oligopólio (Centralização do Capital). Podemos destacar que a partir de 2010 estamos presenciando o que denominamos de Quarta Revolução ou Indústria 4.0, no qual destaca o processo de robotização, de automatização. 

Evolução do processo de Revolução Industrial: (Imagem)

CURIOSIDADES: 

1. O Brasil de uma forma indireta ajudou no processo de industrialização inglesa, com o Tratado de Panos e Vinhos, conhecido também como tratado de Methuen (1703), no qual Portugal (metrópole do que conhecemos hoje por Brasil) importava panos da Inglaterra e exportava vinho aos ingleses. A partir disso a Inglaterra foi se apropriando de uma acumulação de riqueza até eclodir com a Revolução Industrial. 

2. Marx (filósofo, sociólogo, historiador e economista) defensor e pai do Socialismo Científico adotou diversas críticas nesse processo, pois para ele os proletariados (operários) eram explorados pelos burgueses (donos das fábricas e consequentemente da riqueza). A partir dessa ideia desenvolveu a “Mais Valia” que é a diferença entre o valor final da mercadoria produzida pelo operário e o valor pago ao operário, mediante todo o seu esforço e a "Luta de Classes", sendo esta o motor da mudança da sociedade. 

3. No filme “Tempos Modernos”, de 1936, o protagonista Charlie Chaplin trabalha em uma fábrica no qual todos os trabalhadores são alienados, mostrando assim uma dura crítica ao capitalismo e ao processo de industrialização. No desenrolar do filme mostra os operários se rebelando contra esse processo por conta das demissões, fortalecendo assim a crítica ao processo. 

Guilherme Pinheiro – Professor de História

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