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FOTO ILUSTRATIVA - INDÍGENAS COM COCARES |
Quem é o Índio? De onde eles vieram? Como eles vieram
Este texto tem como princípio uma pergunta, "Quem é o Índio?". Pode até soar um pouco de ingenuidade, mas está questão nos tempos atuais no Brasil, torna-se complicada para dinâmica de hoje, pois “é todo inpiduo reconhecido como membro por uma comunidade de origem pré-colombiana que se identifica como etnicamente persa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com que está em contato.”. (Manuela Carneiro da Cunha)
Antropologia
Logo, para antropóloga, este conceito está relacionado a três aspectos históricos:
a) Tamanho de grupos fundadores;
b) Dinâmica demográfica;
c) Contatos e migrações específicas;
Nossos antepassados (colonizadores) teriam chegado ao continente americano atravessando o estreito de Bering, no extremo norte da América, pois no ultimo período glacial havia um desnível em relação ao nível do mar – o Alasca era ligado à Sibéria – o que permitia a passagem de animais e pessoas de um continente ao outro há 15 mil anos atrás. (reacendendo questionamentos acerca das teorias da origem do homem americano com a descoberta de Luzia com cerca de 12 500 a 13 000 anos, sendo considerado como parte da primeira população humana que entrou no continente americano. Sua descoberta foi feita em BH.) Entretanto, pesquisas recentes com Carbono-14, mostra que esse caminho não poderia ter sido transitado por seres humanos até 12.600 anos, desta forma, foram aparecendo novas pesquisas, que sugerem que os primeiros humanos entraram no continente através de balsas a partir da Austrália até o litoral Pacífico da América do sul ou navegando da Sibéria até o norte dos EUA.
Deixando de lado a ideia “macro”, partiremos para o “micro”, pidindo a pré-história brasileira em grupos numa dinâmica demográfica:
Caçadores e coletores – região central e nordeste, entre 5000 e 2500 anos atrás, habitantes das cavernas. Florestas subtropicais do sudeste há 7300 anos, tradição Humaitá. Região Sul há 6700 anos, tradição Umbu.
Concheiros – litoral das regiões sul e sudeste há 600 anos. Habitantes dos Sambaquis (acumulo de conchas deixadas pelas comunidades pescadoras próximo do litoral e das margens dos rios).
Agricultores e Ceramistas – região amazônica há 3500 anos, Ananatuba. Ilha de Marajó há 1800 anos, Marajoara. Sul (RS) há 1500 anos, Itararé. Litoral sudeste e nordeste há 1500 anos, Tupi-guarani.
Neste, ultimo houve dois movimentos migratórios de origem amazônica: o Proto-guarani que teriam rumado para o sul via Madeira-Guaporé e atingido o Rio Paraguai, espalhando-se ao longo de sua bacia, desde o inicio da era cristã, e o Proto-tupinambá desceu do Amazonas até sua foz, expandindo-se, em sentido oeste-leste e depois norte-sul, ocupando o litoral entre 700-900 D.C e 1000-1200 D.C, explicando o tronco linguístico, tupi-guarani em uma migração especifica na formação sociocultural brasileira temos como exemplo no texto "Fé e Confito no Novo Mundo, a ideia transcendental, e já no paradigma imanente temos uma gama de exemplos deixados pelos nativos (índios), que sobreviveu ao processo de inculturação X aculturação dos povos-testemunhos que para Darcy Ribeiro, este conceito corresponde a representantes contemporâneos das altas civilizações avassalados, saqueados e traumatizados pela expansão europeia e no Brasil acrescentamos, que esse processo foi potencializado pelas tecnologias industrial mercantilistas impregnado pela doutrina cristã, assim havendo uma apropriação cultural e assassinato dos povos autóctone.
Pois, aproximadamente no período da invasão europeia, existia oito milhões de habitantes no Brasil, destes cinco milhões só na Amazônia, enquanto Portugal tinha um pouco mais de um milhão de “almas”. Portanto, os índios é um dos pilares cultural que sustenta a nossa nação, Brasil.
Desta forma, o trecho a seguir mostra o dialogo, entre o padre jesuíta Léry e um chefe Tupinambá, que exemplifica a diferença de dois povos... "Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar os seus arabutan. Uma vez um velho perguntou‐me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? ‐ Sim, respondi‐lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau‐brasil com que muitos navios voltam canegados. ‐ Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? ‐ Sim, disse eu, morre como os outros.
Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou‐me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? ‐ Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. ‐ Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimenta‐los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados”.
REFERENCIAS:
DA CUNHA CARNEIRO MANUELA, (INTRODUÇÃO A UMA HISTÓRIA INDÍGENA, PG. 09-24)
SALZANO M. FRANCISCO, (O VELHO E NOVO ANTROPOLOGIA FÍSICA E HISTÓRIA INDÍGENA, PG. 27-36).
RIBEIRO DARCY, (TEORIA DO BRASIL, PG. 25 - 45).