Polêmica no Twitter da “The Economist”: Uma Análise da Possível Capa ou Infográfico e uma Reflexão sobre a Visão Liberal do Futuro

Em twitter da “The Economist”: Postagem de possível Capa ou infográfico, causa polêmica: Uma Reflexão Fora dos Padrões da Revista mexe com o coração dos liberais mais magoados, afinal o que poderia dar errado com um inimputável na presidência?

Com os dizeres: “A vida está mudando em uma velocidade de tirar o fôlego. Estamos aqui para ajudar. Bem-vindo ao O Mundo à Frente 2024.”

Eis que surge a postagem de 14 de novembro. Uma possível capa ou um infográfico muito “sinistro”, para dizer o mínimo, cheio de simbologia. Quem duvida da existência desta postagem ou quiser acompanhar a polêmica, segue abaixo o link no Twitter.

Postagem Original

Explicando para o leitor quais riscos corremos.

Quais ferramentas podemos usar para a análise.

Qualquer um que arrisque sua pele dissertando sobre a simbologia desta imagem pode se dar muito mal se não tomar precauções perante seu público, pois uma imagem pode valer mais que mil palavras, justamente porque ela pode significar mais de uma palavra com centenas de sentidos diversos ramificados, e tem um agravante: o significado muda de cultura para cultura. Estamos pisando no campo da semiótica, ou da semiologia, para poder analisar, mas o que seria isso?

Semiologia, também conhecida como semiótica, é uma disciplina que estuda signos e os processos de significação. Esta “ciência” provém da área da linguística e foi principalmente desenvolvida por um suíço, Ferdinand de Saussure, e pelo filósofo americano Charles Sanders Pierce. Embora tenha tido figuras icônicas como Umberto Eco nas cadeiras docentes ao longo de sua história, ela serve justamente para mediar análises assim.

Os conceitos chave da semiótica e porque precisamos dela?

Ao analisar uma imagem, precisamos nos apoiar em algo. Este é um exercício um tanto desafiador, pois, por exemplo, uma vaca para um brasileiro pode significar leite e comida, enquanto para um indiano pode representar uma divindade. Portanto, vou abordar os conceitos-chave da semiótica para que o leitor compreenda minha análise e saiba que não se trata de um exercício de futurologia ou um palpite. Apenas utilizarei alguns preceitos que podem estar corretos ou não, e os motivos eu explico a seguir

Aqui estão alguns conceitos-chave relacionados à semiologia:

  • 1. Signo: Um signo é uma unidade básica de significação que pode ser uma palavra, uma imagem, um som, um gesto, entre outros. Ele é composto por duas partes: o signo em si (chamado de "significante") e o conceito ou ideia que ele representa (chamado de "significado").
  • 2. Significante e Significado: O significante é a forma física do signo (por exemplo, a palavra escrita "cachorro"). O significado é a ideia ou conceito associado a esse significante (por exemplo, a ideia de um animal doméstico).
  • 3. Denotação e Conotação: A denotação refere-se ao significado literal e objetivo de um signo, enquanto a conotação refere-se aos significados subjetivos e associativos que um signo pode ter. Por exemplo, uma imagem de uma rosa pode denotar uma flor (denotação) e conotar amor ou romance (conotação).
  • 4. Código: Os signos são organizados em sistemas de códigos que são compartilhados culturalmente. Por exemplo, a língua é um código linguístico que utiliza palavras como signos para transmitir significados.
  • 5. Interpretação: A semiologia explora como os signos são interpretados pelos receptores. Isso inclui considerar o contexto cultural, social e histórico em que a comunicação ocorre. (Isso significa que um norte americano pode ter uma interpretação completamente diferente da minha)

A semiologia é aplicada em diversas áreas, como linguística, comunicação, publicidade, literatura, cinema, arte e outras formas de expressão cultural, contribuindo para a compreensão dos processos comunicativos e da construção de significados.

Pano de fundo possível:

Cabe aos analistas de geopolítica, então, ao menos dar uma olhada no que a revista traz em seu universo semiótico, mas avisando ao leitor que o resumo do que está escrito acima é que a prova de que a interpretação depende do contexto, pretexto e intencionalidade do objeto. Além disso, aquilo que o observador cria a respeito dele pode variar, e para um brasileiro, os significados podem mudar muito.

Então, por que analisar?

Porque a imagem nos envolve como coadjuvantes. Isso me lembra de uma política perpetrada pelos EUA que ainda vê o Brasil sob a égide da Doutrina Monroe e segue firme e forte desde o século XIX, quando o presidente norte-americano James Monroe, em 1823, proclamou que a América Latina era um território "anexo" à América do Norte. Com os países latino-americanos conquistando independência em relação aos países europeus, nosso "bondoso irmão do norte" nos proclamou como assunto de segurança nacional deles. Isso, em termos diretos, foi como demarcar seu quintal e proibir o vizinho de levar o cachorro para fazer xixi nele.

Os pontos principais da Doutrina Monroe são:

A Não intervenção europeia nos assuntos da América Latina, o que seria interpretado como uma ação hostil em relação ao "Tio Sam", com a frase conhecida "A América para os americanos". Em troca, os EUA não interviriam em assuntos europeus. Não preciso nem dizer que muitos governadores e governantes latino-americanos adoraram a ideia, pois ainda estavam enxugando o sangue das guerras de independência coloniais e achando que iam se industrializar; a América do Sul começaria a voar.

O único que não teve um derramamento de sangue análogo e que parece que a independência foi orquestrada (comprada) para o nosso azar como uma ópera romântica foi o Brasil. Desde a proclamação da república, o país vem sendo saqueado sucessivamente pelos governos que sempre seguem a política ditada pelos EUA. É aqui que eu começo a análise do documento.

A responsabilidade pelo estado do nosso gigante país é devida a esta imposição econômica liberal. Somos impedidos de crescer até o ponto de rivalizar com os EUA, eu não sei como o Agro ainda não foi destruído.

Então o que podemos como brasileiros extrair do documento?

Nós, como brasileiros, podemos fazer uma análise, porém, não podemos cair no erro de afirmar algo concreto porque não somos norte-americanos, não estamos inseridos na cultura deles, não passamos pelas eleições duvidosas como a de Trump, que pelo menos teve o direito de judicializar o pleito em alguns estados e não ficou inelegível (até mesmo porque tivemos nossa própria conturbação, que em termos de bizarrice ganhou de longe e teve a participação do "Tio Sam" disso eu tenho certeza).

Falando nisso, gostaria de salientar que a análise é apenas um exercício de interpretação e comentários de um professor de História brasileiro. A moral da história é o caminho; o que a imagem diz exatamente não nos importa tanto. Nos importa mais o caminho para ela.

A Análise Sobre a revista "The Economist"

Em primeiro lugar, dizem que ela é imparcial e, às vezes, traz análises pragmáticas com viés liberal clássico, assim como alguns dos nossos correspondentes estrangeiros que afirmam que a Veja, Metrópole e UOL fazem análises imparciais. O que se vê na imagem que colocarei pode ter dois significados. O primeiro é o pessimismo da Turma do liberalismo "clássico" de Biden em relação ao atual contexto geopolítico que eles mesmos criaram. O segundo, pode ser um recado para alguns membros do futuro governo, para transferir o desafio global dos erros deste governo para o provável vencedor das eleições, que, segundo eles mesmos, é Trump Junto ao ataque da mídia militante nojenta como temos aqui. A própria revista afirma que o próximo pleito terá uma vitória dele, devido ao péssimo desempenho econômico de Biden. O que a maioria dos americanos concorda.

Depois desta introdução, vamos ao documento, porém, vamos por partes.

Lembrando que o post onde o mesmo foi lançado tinha os dizeres

"A vida está mudando em uma velocidade de tirar o fôlego. Estamos aqui para ajudar. Bem-vindo ao O Mundo à Frente 2024".

Fatiado de cima para baixo temos que no ater ao texto:

Ignorando o logotipo à direita, que é de praxe, temos que nos ater ao texto que aparece no mesmo nível, o que significa algo relevante como detalhe. Para o autor da "capa", o que vem por aí e ele deseja falar, ou a própria revista vai abordar, são os temas abaixo, que, apesar do que vem depois com o medo de Trump, sugerem não uma incerteza sobre os desafios, mas um forte indicativo de que Trump terá uma oposição ferrenha, principalmente dos meios de comunicação liberais. As velhas mídias de sempre vão preferir seguir o plano da doutrina dos EUA como única superpotência plausível.

  • Vote-a-rama! Democracia sob os holofotes.
  • Além de Gaza - Turbulência no Oriente Médio.
  • Desordem Multipolar - Uma guerra fria não declarada
  • A Europa intensifica a proteção da Ucrânia contra Trump.
  • Gigantes verdes: A nova geopolítica da energia.

Logo depois, temos a imagem.

Uma frase de efeito, mas uma conotação pra mim que remete ao letreiro de um filme de guerra. Contra o novo governo?

Em seguida monta-se através da imagem uma narrativa mais pragmática em relação ao mundo, mas não de maneira imparcial, uma figura esférica, que pode ser dividida em 6 partes, expondo todo a ideologia e a pratica envolvidas partindo de um veículo liberal para o mundo, vamos da direita para esquerda.

Essa imagem traz quadrados vermelhos e azuis podendo significar republicanos e democratas ainda empenhados e em acordo com a questão da ciência e do trunfo americano de uma nova corrida tecnológica como era no período da guerra fria, essa corrida espacial está voltando com a China, Rússia, índia e alguns outros países dando seus primeiros passos, mas com os EUA protagonizando a volta a lua em novembro de 2024 já com tripulação, seguido de foguetes que parecem confirmar esta ideia por serem parecidos com os da Artêmis, além do mas tem um aparato ao lado que sempre aparece nas simulações de imagens agencia como uma sonda ou base de apoio . O foguete grande significa a Artêmis 2, missão da NASA que pretende levar o homem de volta a lua, já que a primeira foi um “sucesso”. O curioso é que pelas cores me parece que os quadrados vermelhos azuis, estão simétricos em relação a ciência e tecnologia e ao protagonismo no espaço mas o grande quadrado vermelho com o Zelensky dentro parece tem um sentido de que, os democratas, preferem distribuir dinheiro para este laranja do globalismo imperialista, o que para eles neste imagem parece indicar um erro crasso do governo Biden, a bomba no quadrado preto faz sentido quando olhamos o outro lado da imagem, mas antes gostaria de perguntar ao leitor, quem você acha que é esta mulher que aparece olhando para a ciência e tecnologia num quadrado branco acima de Zelensky, o grande lavador de dinheiro do partido democrata?

Em seguida vem o lado direito da imagem a segunda parte da nossa fatia. Reparem que há uma ampulheta que foi cortada ao meio pela minha divisão indicando tempo acabando.

Nesta segunda imagem ela traz mais compreensão sobre a primeira a imagem parece um compilado de realidades, Putin complementam dentro do quadrado azul que significa uma gestão Trump apoiando a Rússia inclusive a cabeça dele aparece com uma interrogação, daí a primeira imagem se inverte, seguindo o padrão, mas mostrando as intenções dos democratas de manter a guerra, aparece a negociação de paz que beneficia Putin, Trump enfraquecendo a OTAN costurando um acordo com a Ucrânia que beneficie com certeza vai beneficiar a Rússia que estava avisando a anos que se a OTAN se estendesse para a Eurásia iria ter uma linha vermelha, então Trump ao mesmo tempo que termina com a guerra, financiará a Rússia substituindo o programa Ártemis pelo Russo? Isso soa também como a preparação de uma narrativa novamente de interferência russa nas eleições americanas.

Agora a coisa começa a ficar séria e me preocupar, de acordo com minha interpretação temos a bandeira do Brasil ali, fornecendo energia para ligar democrata e republicanos, isso me deixa eufórico, pelas novas diretrizes de energias falaciosas e pela possibilidade do partido democrata começar uma campanha pesada de a que a solução do mundo venha do Brasil, logo, o mesmo deve ser usado como fonte de recursos, seria algo como direcionar todo poderio da guerra híbrida norte americana para criar um Brasil divisível aonde a energia é barata para eles e cada para o povo, assim como foi com a Petrobras, vocês podem ver ao meio uma urna e ao lado do Trump sempre vem a desgraça.

Ou seja, dependendo do resultado das urnas num cenário com Trump existe um gráfico descendente, seria ele o poder de compra das moedas ocidentais? Inflação, queda na bolsa?

E essa escadinha será que o Branco e Preto significam o estado de Israel e o Irã?

Para a penúltima.

Lógico, temos a ascensão das novas energias imaginárias, caras ineficientes e ainda muito mal usadas, com a imagem do meio a América latina com o Brasil exposto, significando que o Biden e a Vitoria Nulan vão correr pra cá caso este senhor ganhe, e teremos os canhões da guerra híbrida e do aquecimento climático como pauta diária da imprensa mundial.

E com Trump, parece que a China ganha uma maior produção com o uso de combustível sujo e fabricação em larga escala, de forma que a situação se torne cada vez pior.

A citação sobre o mundo multipolar, parece haver uma consciência entre os liberais que a farra deles praticando guerra híbrida, coesão chantagem está acabando. E que Alexander Dugin e Putin conseguiram junto ao BRICS barrar a hegemonia norte americana, será que o Brasil vai se aproveitar ou querer continuar sendo quintal do "Tio Sam"

Conclusão:

Para um observador externo, temos a revista praticamente criando uma imagem subconsciente do atraso de Trump e de suas relações espúrias com ditadores, contrariando a política do bem. Vemos um alinhamento com inimigos dos democratas que já arrasaram o Oriente Médio. Os democratas ainda seguem a política do destino manifesto e podem jogar com os países como única superpotência. Trump parece que irá permitir o mundo multipolar, pois, se não, não existe como fazer o jogo dele. O jogo de Trump é simples; ele é um empresário e um jogador, blefa na hora certa, ameaça mostrar as cartas, mas durante seu governo, ele desarticulou o aparato militar caríssimo que os EUA mantêm em todo o globo e tentou reindustrializar o país. A meu ver, de acordo com relatos de quem votou no Biden, eles preferem mil vezes a tal da América grande de novo do que esse país que não se assemelha aos EUA da década de 1990. Eles estão com taxas de inflação e desemprego de 3º mundo, e as diferenças salariais intensamente mudaram muito. Antes, qualquer ofício era bem remunerado; hoje, existem abismos na relação econômica e de salário, que o CEO de uma empresa tem e seus funcionários. O sistema deles funcionava justamente porque as oportunidades eram dadas aos americanos. Agora, EUA e UE entram em uma política globalista de imigração em grande escala, de forma que o americano não tem oferta de trabalho, e ninguém está gostando disso.

6 Comentários

  1. Excelente artigo professor. Uma análise profunda e que requer muito conhecimento de simbologia.

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    1. Sim, eu considerei a capa como um vaso ou um objeto, assim como é um uma analise arqueológica, porque o contexto sob o qual ela foi feita difere muito do nosso próprio contexto. Mesmo estando na mesma época, no início, alguém pode achar que é uma meia culpa da revista ou da mídia, dizendo que estar ao lado do Biden fosse algo que não tivesse saído muito bem. No entanto, depois que eu fiz a análise, na verdade, estou acreditando que é um recado deliberado que os liberais norte-americanos querem ver a economia alavancada a partir de guerra e da criação de alegorias como a do grande inimigo comum, a URSS na figura de Putin levando a cabo uma nova guerra fria. Mesmo que tenha deixado de existir, eles seguem criando inimigos para dobrar as leis da ONU, querem, de certa forma, uma economia baseada em armas e conflitos, e vão peitar o Trump porque ele quer reindustrializar os EUA como sempre deixou bem claro.

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  2. Ótima análise professor. Temos agora que ficarmos atentos aos desdobramentos da geopolítica. Realmente acredito que 2024 não será um ano fácil.

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    1. Não. Será um ano curioso, porque o povo dará uma vitória esmagadora para Trump. Desta vez, a fraude não vai dar certo, porque ela funciona quando há uma certa faixa de paridade com os candidatos, e nos EUA o sistema de votação é bem mais complexo e descentralizado. Com Trump subindo nos EUA, o perigo de uma guerra nuclear já vai deixar de existir, porque ele é um jogador. Eu nunca vejo interesse da parte de uma ala republicana em financiar guerras caras fora dos EUA, obviamente que os não globalistas. O Bush começou a doutrina de invasão e de não deixar que nenhuma superpotência se iguale aos EUA, me parece que aqui vai ter repercussões também, já que neste contexto algum nacionalista pode subir como presidente.

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  3. Excelente! Da um pouco de nó na cabeça mas imprescindível cada detalhe, Prof. Alejandro.
    Muita coisa dentro de outra aí.. porém, muita coisa está sob nossos olhos… obrigada mais uma vez pela visão metódica e nos tirar os “bridões” do rosto. 😊

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    1. Sim, o nó na cabeça é normal, sendo ainda mais desafiador para quem realiza a análise. A semântica de cada coisa difere muito da mente de um norte-americano, por exemplo, para a de um brasileiro. Mesmo tendo todas as informações devido à internet, não as compreendemos inteiramente e não somos imersos no caldeirão cultural deles. No entanto, existem pontos-chave em que há a possibilidade de explorarmos de maneira proveitosa. Esta análise poderia ser feita ao longo de semanas, tentando realmente ver essa imagem com os olhos de um norte-americano. No entanto, prefiro abordá-la como um professor de história brasileiro, pois o interesse aqui é transmitir algo valioso para os leitores brasileiros. Isso difere, por exemplo, se fosse para um público acadêmico.

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