Sociedade Feudal: Características Sociais, Econômicas, Políticas e Culturais

Neste texto tentarei dar uma contribuição em Historia da Europa Medieval, ajudando a compreensão de alguns aspectos, tecnológicos, políticos, econômicos e sociais, característicos deste momento e sua derrocada em um sistema cada vez mais complexo e extratificado.

Foto do Castelo de Wernigerode, um imponente castelo situado em Saxônia-Anhalt, na Alemanha. A imagem mostra a construção em estilo românico, com telhados vermelhos e uma torre alta em destaque.
Castelo de Wernigerode em Saxônia-Anhalt (Alemanha)

Europa feudal é Rural (a terra é a base do sistema);

Agricultura de cereais;

Produtos;

  • Pão;
  • Vinho;
  • Cerveja;
  • Europa da cidra (oeste);

Introdução

Contextualização do período histórico

Avanços no campo

Inovações técnicas no ano 1000

A partir do ano 1000 inicia-se um processo de inovação técnica que foi base do desenvolvimento de um grande avanço produtivo agrícola, esse avanço pode-se considerar o fator mais importante, que proporcionou aos grandes senhores plantio em maior escala e com mais velocidade, fazendo com que os Feudos fossem uma boa alternativa de proteção e produção.

Substituição de madeira por ferro e boi por cavalo

Substituiu-se a madeira pelo ferro melhorando a eficácia das ferramentas e sua resistência, outro a ser substituído foi o boi, que a partir deste período tem seu lugar ocupado pelo cavalo, proporcionando mais velocidade ao trabalho.

Novas ferramentas e aumento da produtividade

Novos tipos de ferramentas, como a aiveca dessimétrica, a charrua e o arnês, dão mais produtividade no campo proporcionado maior capacidade de plantio.

Mudanças no uso do solo e inclusão de hortaliças

Mudanças também na forma com que se usava o solo, sistema de cultura bienal é substituído pelo sistema rotativo trienal, aumentando as colheitas de 1 para 2 por ano e possibilitando a inclusão de hortaliças no cultivo.

O Feudo

Os feudos sintetizam a base de um sistema produtivo, juridicamente baseado no contrato de servidão, e são uma alternativa de proteção para os servos e senhores depois da queda do império romano, na época com freqüentes ataques bárbaros, a única alternativa era um sistema que garantisse segurança contra perigos externos e ao mesmo tempo a produção em maior escala garantindo o comércio. A organização territorial e política era baseada em 3 principais domínios, o senhorio a paróquia e a aldeia, onde o primeiro, compreendia as terras produtivas e servos dominados pelo senhor (castelo), o segundo dentro do senhorio junto com os cemitérios compreendia a igreja, e o terceiro também dentro do mesmo, era formado por agrupamentos de camponeses servos em volta das paróquias, formando as vilas e aldeias.

Neste período, houve uma restruturação social e politica dentro da Igreja e ela passa a ocupar um espaço político e social, dentro da organização do Feudo.

O Feudo era comandado pelo Senhor Feudal, que, era presenteado com as terras em troca de sua lealdade a seu soberano o Rei ou o seu Senhor que por sua vez tinha seu Senhor e assim por diante a até chegar no Rei. Os menos beneficiados eram os Servos que representavam a maioria dentro do Feudo, tendo sua produção praticamente inteira retirada pelos Reis ou Senhores para o pagamento de impostos para a nobreza.

Aldeias e Cemitérios

O antigo ambiente disperso rural da antiguidade e alta idade média foi substituído neste período pelos vilarejos, ou aldeias. Elas geralmente surgiam em torno dos elementos essenciais que eram as Igrejas e cemitérios.

O principal neste contexto, até mesmo mais antigo do que a igreja é o cemitério. A Igreja trouxe para as aldeias e toda a cultura da época uma forma diferente, de lidar com os mortos, que antes deste período eram temidos e desprezados, esta traz consigo um pensamento diverso do que o da antiguidade e isso ajuda a fazer com que os mortos sejam instalados dentro das cidades ocasionando uma mudança de visão da sociedade.

A mudança dessa relação com o morto dentro da doutrina da Igreja tem a repercussão no aparecimento do purgatório, séc. XII. Sob a influência da ordem monástica de Clouny durante o séc. XI o papado institui um dia de comemoração dos mortos, 2 de novembro, um dia depois da comemoração de todos os santos.

Pressionada pela Igreja, as dinastias de governantes constroem necrotérios reais, para acomodar seus mortos.

A Igreja

Com os avanços econômicos gerados pelo avanço agrícola e comercial da época, inicia-se uma fase que alguns historiadores chamam de idade média dinâmica, começam a surgir grandes agrupamentos humanos formando vilas e os feudos tomam sua forma, como sistema político. Neste meio, a Igreja vê a necessidade de se reformar para se adaptar à nova leva de fiéis que havia surgido com a evolução da economia, "a igreja sai do campo e vai rumo à cidade". A "Reforma Gregoriana" (mais informações, ver artigo no Blog sobre o tema) foi uma grande mudança política e estrutural dentro da igreja.

A Nobreza

A nobreza deste período era fundamentada no direito divino, ou seja o direito de nascer na condição de nobre e receber todos os benefícios que isso traria. O nobre recebia benefícios, de tributos pagos pelos servos, burguesia e pela igreja, alem disso, detinha um posto forte no jogo político e ao mesmo tempo tinha muita estima popular. Não se sabe ao certo de onde vem a classe dos nobres, ao que se pode constatar, existem duas teorias a respeito, em uma a nobreza teria descendido de uma classe de nobres e famílias abastadas, remanescentes do império romano, a outra diz que são uma classe nascida na própria idade média.

Cavalaria

O Cavaleiro provem do Miles, o soldado do império romano, era basicamente uma elite militar, treinada para a proteção da nobreza. A princípio detinham um poder destrutivo mal canalizado herdado de eras de conflitos antes até, da queda de Roma, dentro de seus costumes de guerra, a morte e o derramamento de sangue desnecessário não eram de forma nenhuma reprimidos ou evitados, um exemplo de tal comportamento são os torneios de cavaleiros como se costuma ver em filmes, que resultavam quase sempre na perda de várias vidas. A caracterização especifica da imagem desta classe, como se tem hoje, feita pela igreja em conjunto com a própria nobreza passada através da literatura e musica popular, associava o cavaleiro à imagem de um ser piedoso e forte que protegia os fracos acima de sua própria vida, alem de proteger a camada clerical, eles eram uma arma contra os perigos do mundo medieval, e a igreja a partir deste período age nos cavaleiros criando e adaptando antigos ritos de passagem e canalizando a sua forca destrutiva em seu favor para a sua proteção e a dos nobres.

Bibliografia

Jacques Le Goff – As Raízes Medievais da Europa

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