Especiarias: A Decadência da Carreira das Índias, Império das Especiarias, e a Ascensão da Carreira do Brasil, Império da Cana-de-açúcar

O artigo "O Novo Mundo: Possibilidade de Lucro?" aborda a história do comércio inicial entre os povos europeus e os nativos do Brasil, a transição da Carreira das Índias Orientais para a Carreira do “Brasil” ou “Novo Mundo” e a ascensão da cana-de-açúcar, a repulsa do povo europeu em relação ao "Novo Mundo" e a política de demonização das terras e povos ameríndios, a disputa das grandes potências pelo território recém-descoberto e a dificuldade de submissão dos povos indígenas, o cultivo da cana-de-açúcar e sua importância para a rentabilidade dos colonizadores, a queda da rota do Brasil após o ataque dos Tamoios e a importância da preservação dos povos indígenas.

Imagem do Combate Naval de Iquique, retratado por Thomas Somerscales, com navios de guerra chilenos e peruanos em confronto.
Combate Naval de Iquique retratado por Thomas Somerscales em 1898. A pintura mostra a batalha entre a corveta chilena Esmeralda e o monitor peruano Huáscar, durante a Guerra do Pacífico.

Novo Mundo: Possibilidade de Lucro?

O comércio inicial entre os povos europeus e nativos do Brasil

A princípio, logo após o “descobrimento” os povos europeus que por aqui passavam, procuravam fazer o comércio por meiode escambo, ou seja, trocando bugigangas por produtos das matas com os nativos, estes produtos eram caríssimos na Europa mas o comercio não saia da costa rumo ao continente. Isto fez com que muitos navios carregados, saíssem rumo ao velho mundo com o pau-Brasil e outras coisas como aves, frutas e outras coisas. A princípio este foi o negócio dos europeus em terras "brasileiras”. Os barcos que aqui chegavam vindos da Europa, neste tempo apenas comercializavam com os nativos e não adentravam a mata rumo ao continente, a rota principal e mais lucrativa do comércio era o caminho das índias, e suas especiarias apreciadas na Europa.

Transição da Carreira das Índias Orientais para a Carreira do “Brasil” ou “Novo Mundo” e a ascensão da cana-de-açúcar

Durante o processo de decadência da rota comercial das Índias Orientais, com os europeus buscando novas formas de lucrar com riscos menores, o "Brasil" se tornou uma alternativa plausível para tentar-se recuperar os prejuízos que haviam se somado anteriormente. Neste tempo há uma crise técnica na área naval, que acaba deixando os lusos sem oficinas especializadas em embarcações resistentes e confiáveis para levar grandes quantidades de peso, então por falta desta mão de obra especializada, os barcos mercantes começaram a naufragar em grande escala na travessia para as Índias Orientais, vendo esta situação o Rei de Portugal restringiu o tamanho das embarcações fazendo com que a margem de lucro na rota fosse diminuída drasticamente, e o fator de risco seria ainda mais auto. Isso fez com que os navegadores mercantes começassem a buscar novas alternativas, beneficiando assim a carreira do “Brasil”, que era mais perto e mais rápido, envolvendo menos risco.

A repulsa do povo europeu em relação ao "Novo Mundo" e a política de demonização das terras e povos ameríndios

O “Novo Mundo” era tido com repulsa pelo povo europeu, devido às “feras” e “monstros” contidos em suas florestas de acordo com o que se dizia na metrópole. Naquela época a Coroa espalhava boatos para que os navegadores ficassem longe, do continente americano, provavelmente para não desviar a atenção das Índias. Ouve uma política de demonização, tanto do povo ameríndio quanto da imagem das terras "brasileiras", a selva e seus animais desconhecidos à cultura européia, mexiam com o imaginário do povo, com a ajuda da igreja, a coroa manipulava as pessoas de acordo com a necessidade de forma que a primeira vista o Brasil era uma terra temida e evitada pelos viajantes.

Quando o "novo mundo" passa a atrair atenção da coroa em função da decadência da rota das Índias Orientais, inicia-se uma pequena corrida em direção a América, e as grandes potências da época, começam a disputar o território recém "descoberto", é neste momento que Portugal começa a mudar sua visão sobre as novas terras.

Os nativos da costa eram um povo muito diferente dos portugueses, e esse impacto fez com que fossem considerados, como um povo desprovido de civilidades, ao mesmo tempo em que não se deixavam corromper pelos portugueses, que os queriam como preadores de escravos como se fez na África, a incompatibilidade cultural era tanta que o índio preferia morrer ou ser comido pela tribo adversária do que ser escravizado em suas próprias terras pelos portugueses. Devido a tais dificuldades de aceitação e submissão dos povos indígenas a maioria das tribos era dizimada.

O cultivo da cana-de-açúcar e sua importância para a rentabilidade dos colonizadores

Os portugueses entraram no território da colônia procurando ouro, porem, a cana de açúcar foi introduzida trazendo grandes lucros aos colonizadores, isso possibilitou certa rentabilidade, iniciando-se o cultivo para a exportação.

A rota do Brasil sofreu uma forte queda a partir de 1554, devido ao ataque da confederação dos Tamoios e outros povos indígenas da região da Bahia. Gerou-se uma grande falta de colonos para povoar o território. É muito importante frisar também, que a colônia só não foi dizimada completamente pelos Tamoios confederados, porque os povos indígenas não faziam a guerra de extermínio como os europeus, ao terminarem com os soldados na batalha em campo, eles não adentraram a colônia para matar mulheres e crianças como os europeus faziam com eles, isso acabou deixando muitos sobreviventes.

A queda da rota do Brasil após o ataque dos Tamoios Confederados

Após dois anos de abandono da rota do Brasil, foi necessário que João de Barros organizasse uma expedição de 10 navios, com 900 colonos para as terras “brasileiras”, para plantar e ajudar a povoar o que tinha restado da guerra entre europeus e ameríndios, afirmando assim um sistema produtor nela.

Disputa das grandes potências pelo território recém-descoberto e a dificuldade de submissão dos povos indígenas

No decorrer do processo de plantio e exportação da cana de açúcar, os lusos entraram em guerra contra vários povos europeus, na forma de uma disputa concorrencial ferrenha, que tinha como objetivo se não a invasão, pelo menos prejudicar o comércio do outro.

A França Antártica, a invasão de Pernambuco e as inúmeras tentativas de tomar as terras feitas por outros povos europeus são exemplos desta concorrência.

Após a reconquista de Pernambuco, que foi ocupada pelos holandeses, os portugueses resolveram retomar, e intensificar a produção de açúcar, em território “brasileiro” e assumir a colônia seriamente.

Questões de segurança: Medidas da Coroa diante da pirataria e ataques aos comerciantes

Como os constantes ataques de piratas a coroa começou a exigir que os comerciantes andassem em comboios, acompanhados por navios de guerra fortemente armados. As escoltas armadas eram constituídas de navios preparados para guerrear e afundar os navios de bandidos de forma que se preservasse a segurança dos viajantes atraindo interesse de mais navegadores e garantindo a conservação de mercadorias e das vidas a bordo, isso garantia o contingente de pessoas que tivessem experiência em viagens.

Outro detalhe foi o financiamento desta frota, de escolta que era de uma coisa muito custosa à coroa, contando com ajuda dos judeus que foram obrigados a montarem uma frota de escolta para garantir a segurança do trajeto.

Neste contexto o comércio da cana de açúcar se intensifica e vira um motor do desenvolvimento da colônia, a procura por ouro também trazia gente para as novas terras, isto tornou o território “brasileiro” mais tarde, a principal fonte de renda dos Portugueses.

Questões de segurança: Medidas da Coroa diante da pirataria e ataques aos comerciantes

Em conclusão, a chegada dos europeus ao "Novo Mundo" teve impactos significativos tanto para os povos indígenas como para a economia europeia. Inicialmente, o comércio com os nativos era a principal fonte de lucro para os europeus, mas com a decadência da rota das Índias Orientais, o "Brasil" se tornou uma alternativa viável para recuperar os prejuízos. A cana-de-açúcar foi a cultura que possibilitou a rentabilidade da colônia e gerou grandes lucros para os colonizadores.

A conquista do "Novo Mundo" pelos europeus foi marcada por uma política de demonização dos povos indígenas e das terras "brasileiras", o que dificultou a aceitação e submissão desses povos aos europeus. A incompatibilidade cultural foi tanta que a maioria das tribos era dizimada. A chegada dos portugueses no território da colônia em busca de ouro gerou muitos conflitos com as tribos indígenas, o que culminou no ataque da confederação dos Tamoios e outros povos indígenas da região da Bahia.

Apesar dos impactos negativos, é importante destacar que a história do "Novo Mundo" também foi marcada pela resistência dos povos indígenas, que lutaram bravamente pela defesa de suas terras e culturas. Atualmente, a luta pela preservação das culturas e tradições indígenas ainda é uma realidade, e o reconhecimento da importância desses povos para a história e cultura do país é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Em resumo, a chegada dos europeus ao "Novo Mundo" teve impactos significativos na história e cultura do Brasil. A exploração dos recursos naturais e a submissão dos povos indígenas foram marcas desse período, mas a resistência desses povos e a importância de suas culturas para a história e identidade do país não podem ser ignoradas. Cabe a nós, como sociedade, reconhecer essas histórias e lutar pela construção de um país mais justo e igualitário para todos.

Bibliografia:

No tempo das Especiarias - Fábio Pestana Ramos

O trato dos viventes - Luiz Felipe de Alencastro

1 Comentários

  1. Olá , legal seu blog tb. Vou indicá-lo no meu blog. Podemos fazer parceria sim. o meu blog www.profisabelaguiar.blogspot.com
    Grata

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