Após a queda do império romano, as invasões barbaras, enchem a europa de medo em função da violência dos invasores, e precisou-se de uma maneira de concentrar o poder político na mão de homens, que conseguissem garantir a sobrevivência de seus súditos e do próprio Rei, descentralizando o poder das mãos da Coroa para as mãos dos grandes Senhores, Vassalos do Rei, que, sozinho não conseguiria manter a ordem de suas terras, as responsabilidades de segurança, produção e lealdade ao soberano foram delegadas constituído a base do sistema que chamamos de feudal e os senhores de terras passam a ser conhecidos como "senhores feudais".
Nesta época devido a melhorias da tecnologia agrícola como a charrua com rodas e a aiveca dessimétricas, assim como o novo sistema de atrelar trocando o boi pelo cavalo (mais rápido) e o sistema de plantio rotativo trienal, ouve um grande crescimento de ordem demográfica e econômica, fazendo com que os moinhos se multiplicassem gerando excedentes de produção, o início da mecanização nos campos e nos vales se pode considerar um dos marcos rumo ao Feudalismo como sistema político em seu estado pleno.
A igreja frente aos avanços da sociedade.
Com esses acontecimentos há o início do processo de urbanização, onde a Santidade (igreja) se liga com as cidades, originado uma mudança de enfoque do rural para o urbano, surgindo assim uma geração de santos burgueses, santos leigos, santos frades mendicantes na igreja e negam-se os santos eremitas.
Aumentam os aglomerados urbanos dando origem as cidades.
Nas cidades surgem as confecções de tecidos e os curtumes. A troca das mercadorias é feita nos grandes centros e dispõe-se de um meio de troca essencial que é a moeda. Juramentos cívicos dão aos iguais um julgamento comunal e os mesmos direitos (nem todos tinham os mesmos direitos).
A igreja analisa a situação econômica e politica e vê a necessidade de uma Reformar.
Nasce também a desigualdade proveniente do jogo econômico, o sangue dos mais pobres ajuda a montar a fortuna dos mais ricos. Esse cenário conturbado faz com que a igreja veja a necessidade de reformar-se para acompanhar esse "desenvolvimento" das cidades, ela toma medidas que acabaram ficando conhecidas na história como Reforma Gregoriana.
A reforma Gregoriana (Gregório VII - 1073 - 1085), caracteriza-se basicamente por:
- A independência da santa sé em face ao novo poder imperial.
- "Ecclesia Primitivai Forma" – Remeter o cristão a vida cristã primordial, condena-se a heresia duramente, e tenta-se tirar o reflexo dos costumes bárbaros, de dentro da cristandade. "Vitae Vere Apostólica" - Verdadeira Vida Apostólica - a realização da verdadeira vida apostólica.
- Combate as pressões sociais causadas à igreja pela prática de simonia (venda de objetos ditos "sagrados").
- Combate contra a incontinência dos clérigos
- Proibição do casamento e concubinato (estar junto sem estar casado), para os sacerdotes.
- Luta contra o Nicolaismo( Nicolaismo – Os membros da igreja que nos séc. X e XI não admitiam o celibato. )
- Esquema social tripartido, oratores, bellatores e laboratores – "os que rezam", "os que lutam" e "os que trabalham".
- Manutenção da barreira entre clérigos e leigos, através das privações sexuais.
A resposta da igreja aos avanços econômicos e da urbanização, foi institucional a igreja reveste-se de três aspectos fundamentais;
- A fundação de novas ordens religiosas;
- O surto do movimento canônico;
- Aceitação da diversidade eclesial;
Resumindo, a reforma gregoriana, foi uma resposta institucional, partida de dentro da igreja, frente as necessidades e a realidade da época, tanto no seu âmbito político quanto no econômico.
Vocabulário:
1 - Charrua - Aparato de tração animal ou mecânica cuja peça essencial, a ralha, tem a função de rasgar o solo com o fim de revolver e afofar a leiva; arado grande de ferro.
2 - Aiveca – Arado de ferro
3 - Úmbria (em italiano Umbria) é uma região da Itália central com 8456 km² e 834 mil habitantes, cuja capital é Perugia. Tem fronteiras com a Toscana a oeste, Marche a leste e o Lácio ao sul – "Wikipedia".
4 - Simonia – Sf Trafico de coisas sagradas ou espirituais (Dicionário Aurélio)
Bibliografia:
Le Goff - Raízes Medievais da Europa